quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Tão profundo quanto pires.

Todo mundo tem um hobby, todo mundo tem algo, muitas vezes inútil, que adora fazer e não vê o tempo passar enquanto está fazendo. O meu preferido é passar horas pesquisando sobre música e procurando músicas e bandas novas, de vários estilos diferentes, mas principalmente de Rock, atuais ou não. A música é algo que me impressiona, acima de tudo. Pois, independente do gênero que você goste, de qual é sua banda favorita, ela possui uma influência muito grande sobre quem somos. E se souber interpretar, as músicas que ouve acabam dizendo muito sobre você, haja vista que é você quem seleciona e define o seu estilo musical. Esses dias, enquanto “praticava” meu hobby, parei para olhar um site, e ver uns vídeos de alguns lançamentos de bandas nacionais e internacionais, e percebi que as bandas mais populares da atualidade, com todo respeito, não possuem complexidade nenhuma e são tão profundas quanto pires. Levando em consideração a globalização, o desenvolvimento da tecnologia, os meios de comunicação e toda essa cultura de massa, não consigo crer que, de fato, cada um opta por um estilo: o seu estilo. Theodor Adorno e Max Horkheimer criaram um termo, no mínimo interessante, que convém ser citado: a “Indústria Cultural.” Definem como Industria cultural, a conversão de cultura em mercadoria, e a forma como a classe dominante usa da tecnologia para inserir e “edificar” suas ideias na população em geral. O mundo é rico em diversidade, e isso pode fazer com que o processo de criação, no que diz respeito à música, seja grandioso nas diferenças e de muita qualidade. Porém esta “indústria cultural” cria uma espécie de padrão auditivo e impõe ao público o seu consumo em massa. Letras vazias e repetitivas, tratando sempre do mesmo tema, sem conteúdo, sem muito fundamento. Acordes simples e sem expressão, deixando de lado muito do que um instrumento pode proporcionar. A música através dos tempos sempre foi uma forma de expressar a complexidade da vida, e me pergunto, será que hoje não temos mais nada pra protestar, a nossa vida é tão simples e fácil que a música tem de ser da mesma forma? Artistas que se submetem a vender uma imagem, que muitas vezes nem é a deles, criam personagens para dominar o cenário musical, e influenciar, na maioria das vezes, crianças e adolescentes que passam a seguir aquela imagem imposta pela mídia. E depois da “febre” caem no esquecimento. Música não é simplesmente um emaranhado de acordes, é a maior e melhor manifestação da expressão do ser humano, por isso não gosto do rumo que ela esta tomando, julgo muitos músicos de hoje como palhaços da música, que parecem surgir para ridicularizar a mais especial forma de expressão.

“A música é a revelação superior a toda sabedoria e filosofia.” - Beethoven