domingo, 21 de agosto de 2011

Da Administração Pública.

Moro em concórdia desde sempre, mais especificamente no Bairro São Cristóvão, atualmente sou estudante da 4ª fase Direito na Unoesc de Joaçaba, e fui “privilegiada”, juntamente com os alunos da escola Mansueto Boff e eventuais passageiros de ônibus com uma obra municipal, ao já bastante comentado terminal ou popularmente conhecido como casinha de ônibus, embora não possa ser chamado assim devido as suas dimensões.

Lendo o jornal, vi uma nota em que se esclareciam mais sobre os custos desta mesma obra, li que muitos questionaram se realmente foram usados os tais R$39000, mas me pergunto se era isso que as pessoas que enviaram e-mails objetivavam questionar. Não duvido de que, de fato, foram usados os R$39000, mas duvido da necessidade desse custo para algo tão superficial.

O art. 37 da Constituição Federal define:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...].

Destaco o princípio da eficiência. Analisando a etimologia da palavra poderíamos associar a eficácia, de a administração pública dever gerenciar com eficácia, e no sistema de hoje isso significaria fazer mais com menos. E o que seria mais em uma cidade como a nossa?

Não questiono a eficiência do terminal em si, mas sim, a importância do mesmo, considerando que na mesma rua, apenas em sentido contrário temos uma “casinha” das comuns, o que não seria um problema se a mesma tivesse teto, considerando também, a falta de recurso para ter um médico todos os dias nos postos de saúde, e alguns outros probleminhas com que nos deparamos eventualmente.

O princípio da eficiência como define Alexandre de Morais “é o que impõe à administração pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, rimando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior rentabilidade social."

Ainda assim, outros juristas dizem que o princípio da eficiência não é um princípio, mas sim a FINALIDADE, da administração pública, uma vez que isso é o que esperamos dos nossos administradores. Mauricio Antonio Ribeiro Lopes.

É sim necessário pensar em “detalhes” como este, afinal de contas, para mim, assim como para muitos outros o principal meio de transporte é o transporte público, e um ponto de ônibus torna-se um detalhe essencial, toda a via deve-se ponderar e analisar as necessidades primárias da população de Concórdia, para depois disso aplicar e investir uma quantidade significativa de dinheiro público.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O futuro da humanidade.

Uma vez eu havia começado a ler mais um dos livros de Augusto Cury, nunca conseguia terminá-los, mas os achava interessante, o que me motivava a começar a ler mais um título do autor. Até que um dia, um professor que através de poucas palavras mudou muitos dos meus conceitos e me encantou, lembro dele olhando pra mim e dizendo: - “Quem é ele pra dizer como você deve agir, ou deve ser?” A partir daí não tentei mais ler os livros e descobri o porque da minha impaciência para com eles. No entanto, minha irmã acabou me incentivando para a leitura de um outro título desse mesmo autor, e eu falo aqui, e indico para todos, O Futuro da Humanidade, ele realmente tentou escrever alguma espécie de romance, embora não tenha sido muito feliz, mas algo me chamou atenção nesse livro. O fato de que ele não somente ditava os erros da humanidade, ou erros que cometemos com nós mesmos. Na minha interpretação de seu livro, ele questiona essa dependência por alguém que nos mostre os caminhos, e é aí que vem a minha profunda crítica a psicologia e ao mesmo tempo a minha admiração pela mesma. A psicologia e a psicoterapia nos dão o caminho certo, mas quem são eles pra ditar um caminho certo? São Deus? Não são nada, são seres humanos como nós, buscando respostas, a única diferença é que eles possuem a perspicácia, e a audácia de fazer de nós simples cobaias de suas teorias e crenças. No entanto um ser humano que consegue simplesmente induzir outro a encontrar o caminho que ele mesmo acredite ser o caminho da razão, e seja capaz de aprender e principalmente entender o problema é digno de admiração. Como é o caso do personagem principal do livro. O que mais me irrita é que não são esses os profissionais que dominam o mercado de trabalho, não são esses os profissionais que prestarão serviços a qualquer um de nós, e que fique claro, isso não é uma crítica apenas à psicologia, mas sim a todos os profissionais do futuro nas mais diferentes áreas. O que te motiva a exercer determinada profissão? O dinheiro ou a contribuição para a sociedade? Você pode mentir para mim, e para si mesmo, dizendo que é a contribuição para a sociedade e que quer sim! quer um mundo melhor, mas isso não muda seus propósitos, e nem muito menos o futuro frustrante que o aguarda.

domingo, 24 de julho de 2011

Não acomodar com o que incomoda.

Como uma pessoa normal, tenho diversas dificuldades, e conversando com um amigo sobre estas, chegamos ao assunto de que tipo de pessoas nós gostamos pra mantermos amizades...Passei essa última semana "na minha", sem vontade de fazer muita coisa, dando uma de pessoa observadora que não sou, e caramba, vivemos em uma ditadura. Rotulamos absolutamente tudo, avaliamos as pessoas pelas roupas que ela está usando e o diálogo se resume em coisas estupidamente superficiais. Na realidade eu sou apenas mais uma que também pensa isso, mas me pergunto, se tantas pessoas concordam comigo, porque nossas relações continuam ridículas, superficiais, porque continuamos sendo pessoas fúteis? Pensamos que por dizermos a todos que odiamos futilidades, por criticarmos o sistema, e tantas outras que coisas, que apesar de reais se tornaram clichês, nos tornamos melhores? Ou pensamos que estamos valorizando mais a essência das pessoas e a espontaneidade das coisas ao dizer que isso falta em todos? Não, não, por favor. Essa filosofia é maravilhosa! Por instigarmos a pensar no que somos, no que fomos, mas não podemos ficar apenas nisso, fingindo que somos bons e que nos importamos! Gosto de conhecer das pessoas o melhor delas, e todos possuem um melhor, não gosto de sentimentos levianos, de subir no salto e usar da falsidade pra ser o que não sou, gosto da simplicidade e o que temos de mais espontâneo, pois é disso que somos feitos. E sei que você também prefere a essência.

Eu acho que tenho certeza daquilo que me conforma, daquilo que quero entender e não acomodar com o que incomoda. – O Teatro Mágico.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Seja um Idiota.

Estava eu aproveitando minhas merecidas férias, apesar de ter gente que mereça mais do que eu, e resolvi organizar os arquivos do meu computador, começei pela pasta meus aquirvos recebidos, e abri um muito bloco de notas bem interessante, o título do texto: Seja um Idiota. Arnaldo Jabor, não é novidade que os textos dele são bons, apesar de serem meio modinha, tipo Clarice Lispector, nada contra, eles falam coisas com sentido, o problema é quando a galera lê e se auto considera uma pessoa profunda por citar coisas que são bonitinhas sem pensar muito no que isso pode signifcar. Enfim, vou postar aqui o texto, e espero sinceramente que você não ache esse um texto bonitinho, não apenas isso, que leve pra você, se significar alguma coisa.
"A idiotice é vital para a felicidade.
Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre.
A vida já é um caos. Por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado?
Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes,separações, dores e afins.
No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota!
Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você.
Ignore o que o boçal do seu chefe disse.
Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele!
Milhares de casamentos acabaram não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice.
Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.
Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?
Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana?
Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?
É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar?
Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo.
Você quer? Espero que não!
Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa.
Brincar é legal!
Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.
Ser adulto não é perder os prazeres da vida e esse é o único "não" realmente aceitável.
Teste a teoria.
Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...
Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!
Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?" Arnaldo Jabor

sábado, 2 de julho de 2011

Pena

O poeta pena quando cai o pano
E o pano cai
Um sorriso por ingresso
Falta assunto, falta acesso
Talento traduzido em cédula
E a cédula tronco é a cédula mãe solteira
O poeta pena quando cai o pano
E o pano cai
Acordes em oferta, cordel em promoção
A Prosa presa em papel de bala
Música rara em liquidação
E quando o nó cegar
Deixa desatar em nós
Solta a prosa presa
A Luz acesa
Lá se dorme um Sol em mim menor
Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior
O palhaço pena quando cai o pano
E o pano cai
A porcentagem e o verso
rifa, tarifa e refrão
Talento provado em papel moeda
Poesia metamorfoseada em cifrão
O palhaço pena quando cai o pano
E o pano cai
Meu museu em obras, obras em leilão
Atalhos, retalhos, sobras
A matemática da arte em papel de pão
E quando o nó cegar
Deixa desatar em nós
Solta a prosa presa
A luz acesa
Já se abre um sol em mim maior
Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior


Pena - O Teatro Mágico

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Viver intensamente

Viver intensamente pra muitos significa fazer loucuras, encher a cara, fazer simplesmente o que quer...Aproveitar cada minuto como acha que deve ser aproveitado, com aquela famosa frase.. "sem se importar com o que os outros pensam", no entanto, você tem certeza de que o que os outros pensam não é importante? Quando você está machucando alguém.. o que esse alguém pensa realmente não importa? Se conseguir viver sem se importar com nada do que os outros pensam, não passará de alguém frio, insencível e indiferente. Sou declaradamente contra a todo esse marketing maluco, que vende amores, amizades, corações e valores, declaradamente contra ao que oprime a liberdade de expressão, mas se importar não é opressão e sim uma prova de que existem coisas mais importantes do que você julga ser viver intensamente. Como alguém me disse, são coisas que vem como consequência do amadurecimento, e eu sinceramente, espero em breve descobrir que coisas são essas. Ninguém pode viver sozinho, precisamos de uma estrutura social, e na nossa faltam valores. No fim, o que falta é descobrir que viver por si só, viver e só não é suficiente pra ninguém...Não que alguém entenda o sentido de viver, mas se pararmos com a idéia tola de achar que viver é simplesmente fazer o que vem a cabeça e percebermos que nossas atitudes, independente de quais sejam, sempre interferem na vida de alguém, talvez, mas só talvez, possamos retomar nossos valores e recuperar muito do que já foi perdido...em todos os sentidos.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Para que aqueça no inverno...

Qual valor tem alguém que vive contigo? Qual valor tem quem te educa? Quem te ensina? Quem te fez companhia na infância? Quem vivenciou contigo as primeiras fases da adolescência? Quem vibrou com o teu primeiro emprego? Quem participa de alguma forma da tua vida e principalmente, qual valor tem aqueles que te apoiam incondicionalmente? Temos a triste mania de segurarmos as máguas, de darmos mais atenção aos erros...Porque insistimos tanto em encontrarmos perfeição, sendo que nem nós mesmos conseguimos alcança-lá? De um lado sobra aceitação, mas quando falamos de sentimentos, de humanos, conseguimos esquecer o que significa perdão, e somos tão frios quanto um cubo de gelo. E ser frio é ser vazio...Precisamos uns dos outros, logo não existe um motivo cabível pra tanto desprezo, tanta indiferença.
Ao que se deve a nossa realidade? A globalização? O governo? Eu acho que não...A culpa é nossa, dessa vontade de ser mais, dessa vontade de ser o que não é, de não admitir um erro...Se deve a falta de um abraço, de um carinho, de um pedido de desculpa, de entender e aceitar cada um como é, de valorizar cada gesto simples, de se emocionar, de sentir! Sentir com o coração, com a cabeça, com a pontinha do pé! Não é um erro de alguém para contigo ou um problema que fará com que fique sem chão...Cair é tão comum e tão fácil como levantar...E amar é também mais fácil e muito mais bonito que qualquer outro sentimento. Aqueça...


O dia parece metade quando a gente acorda e esquece de levantar. - O Teatro Mágico.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Direitos Humanos e Desigualdades.

A realização dos direitos humanos exige escolhas políticas que decorrem de dois aspectos, o primeiro é para a dimensão da garantia e da promoção dos direitos humanos. O que torna como base desta escolha vocacionar o processo de desenvolvimento da sociedade centrando-o na pessoa, tornando as relações privadas, de propriedade e de patrimônio secundárias.
O segundo aspecto da escolha remete para a dimensão da proteção e da reparação dos direitos humanos. A base da escolha remete para o reconhecimento da existência de seres humanos em situação de maior vulnerabilidade e de que existem violações dos direitos e que estas violações geram vítimas.
Vítimas existem em conseqüência da não realização de direitos. Isto porque, vítimas são todos os seres humanos que estão numa situação na qual é inviabilizada a possibilidade de produção e reprodução de sua vida material, de sua identidade cultural e social, de sua expressão como pessoa, enfim, de ser sujeito de direitos. Vítimas e grupos vulneráveis existem devido a postura individualista e monopolista, que transforma a pessoa tão ou mais descartável que as coisas, é a racionalidade calculista e instrumental, que transforma o outro em inimigo. Logo as demandas públicas e universais por direitos passam a ser entendidos puramente como serviços; E os problemas comuns a todos são entendidos como simples desajustes do sistema, e que pelo sistema podem ser combatidos, sem que necessite que façamos algo.
Por isso a desigualdade deve ser vista e reconhecida à luz dos Direitos Humanos.

"O que nos tornamos ? Apenas olhe o que fizemos, tudo o que nós destruímos VOCÊ deve construir novamente." White Lion – When the children cry.

Texto conciso do texto de Paulo César Carbonari.